Mais de trinta imóveis históricos itabunenses – dentre os trezentos prédios públicos municipais – estão abandonados ou não devidamente preservados, aponta um minucioso estudo elaborado este ano pela Acari-Cidadania. Sediada em Itabuna, a organização não-governamental completou vinte aos o ultimo dia 12 de outubro. O trabalho da Acari, iniciado em janeiro, mostra também a destruição de equipamentos tombados pela Lei Orgânica do município como a mansão do coronel Tertuliano Guedes de Pinho, na Mangabinha e o prédio O Castelinho, na praça Olinto Leone.
No próximo dia 28 de julho Itabuna completará 115 anos. Para marcar a data e dada a sua importância político-econômica, a Acari elaborou um projeto de preservação do seu patrimônio artístico-cultural. “Lamentavelmente, descobriu-se que, ao longo das últimas três décadas, o município tem um considerado número de equipamentos destruídos, abandonados ou não preservados”, afirmou a professora e jornalista Vera Regina Oliveira.
Dentre os monumentos e imóveis não preservados estão a ponte do bairro Conceição, a casa onde nasceu o escritor Jorge Amado, a sede da FICC-Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania; a sede da antiga Prefeitura, na praça Olinto Leone; o Museu Casa Verde, na rua Miguel Calmon; o Centro Comercial de Itabuna, o cemitério de Ferradas, e a Casa do Educador, na avenida Inácio Tosta.
“Há décadas de fala em se preserva a memória artístico-cultural de Itabuna. Ao longo dos anos, a população perdeu grandes acervos e pouco de sua história vem sendo preservado. Pelo contrário, importantes imóveis e equipamentos vêm sendo destruídos ou abandonados”, lembrou o jornalista e historiador Ederivaldo Benedito-Bené secretário-executivo da Acari.
O estudo da Acari prevê um investimento na recuperação e requalificação da Casa de Jorge Amado, em Ferradas, e a discussão e elaboração de uma lei municipal preserve os bens públicos itabunenses por meio de tombamento. “O patrimônio cultural de Itabuna precisa ser protegido. Por meio do tombamento, ele não poderá ser destruído, demolido ou mutilado, sem previa autorização das autoridades competentes”, afirmou Bené. O trabalho, segundo ele, deverá ser entregue na tarde desta terça-feira, dia 22, ao prefeito Augusto Castro e à secretária municipal de Infraestrutura e Urbanismo, Sônia Fontes.