O presidente do Tribunal Superior Eleitoral engrossou o coro de senadores contra a proposta do “distritão”, modelo de votação em discussão na Câmara dos Deputados para substituir o sistema proporcional pelo majoritário, que considera apenas os nomes mais votados.
Em sessão de debates temáticos do Senado nesta segunda-feira, dia 05, que debateu possíveis ajustes na legislação eleitoral, senadores e o ministro Luís Roberto Barroso, avaliam que o “distritão” fragiliza os partidos políticos brasileiros.
Pelo modelo atual, deputados são eleitos pelo sistema proporcional. Nele, as vagas são definidas de acordo com o número de votos para cada partido e o quociente eleitoral. Já no "distritão", os deputados com o maior número de votos em cada estado ganham as cadeiras, sem levar em conta o total obtido pela legenda.
“O distritão não barateia as campanhas, talvez encareça, ele enfraquecerá os partidos e ele será dramático para a representação das minorias”, observou Barroso. O ministro acrescentou que menos de 10% dos candidatos eleitos para a Câmara dos Deputados conseguem os votos necessários por conta própria.
“Como há muito preconceito com a lista fechada, o TSE propôs uma fórmula em que o eleitor vota na legenda se quiser, e segue-se a lista partidária, mas o eleitor também pode votar no candidato. E, se o candidato tiver o coeficiente eleitoral próprio, ele fura a lista”, explicou, ao falar de um modelo de votação similar ao distrital misto, mas com adaptações.
Barroso escolheu São Paulo para exemplificar como seria o modelo. Segundo ele, as setenta vagas na Câmara dos Deputados e os pouco mais de trinta e três milhões de eleitores do estado seriam divididos em 35 distritos eleitorais.