Por Ederivaldo Benedito–Jornalista e historiador; ex-aluno do professor Edmundo Dourado no curso de Filosofia da Uesc-Universidade Estadual de Santa Cruz
A comunidade itabunense perde grande oportunidade de prestar uma significativa homenagem a Edmundo Dourado. Falecido aos 86 anos, o educador e ex-presidente da Câmara de Vereadores local foi ao longo das ultimas cinco décadas uma das figuras mais importantes do cenário sociopolítico sulbaiano. Nesta quinta-feira, dia 14, completará um ano da morte do competente professor de Matemática e de Filosofia.
Grande defensor da Educação e incentivador dos jovens, Edmundo Dourado Silveira gostava de ser chamado de “educador” e formou ao longo de quatro décadas quase quarenta mil alunos. Em Itabuna, ele idealizou e implantou o Curso Pré-Vestibular Cuca, o Colégio Gama; criou dirigiu o Colégio e Curso Sistema, considerado por duas décadas uma melhores estabelecimento de ensino da Bahia.
Sergipano de Umbaúba, Professor Dourado foi militar reformado do Exército Brasileiro e faleceu vítima de complicações clínicas. Em Itabuna, lecionou nos Colégio Comercial, Colégio Divina Providência, Colégio Ação Fraternal. Também na Faculdade de Filosofia de Itabuna e Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna. Na Uesc-Universidade Estadual de Santa Cruz, foi professor da disciplina Lógica.
Dourado teve uma marcante atuação na política itabunense, tendo sido eleito vereador. Durante o seu mandato como presidente da Câmara de Itabuna, em 1990, foi criada a LOM-Lei Orgânica do Município, a primeira do nordeste brasileiro. Em sua homenagem, o Legislativo local criou a Escola Legislativa Professor Edmundo Dourado.
Católico praticante, foi um dos mais antigos membros do movimento leigo da Igreja. Participou ativamente das iniciativas comunitárias. Foi também um dos criadores do GAC-Grupo de Ação Comunitária de Itabuna, governador do Lions Club Itabuna e integrante do Fórum Permanente de Segurança Pública em Itabuna. Era membro da Academia Grapiúna de Letras e ocupava a Cadeira de nº 19, cujo patrono é Gil Nunesmaia.
Há seis meses em maio último, a Ong Acari-Comunicação e Cidadania propôs que o hoje Colégio Estadual Adonias Filho, na rua Aurora, bairro Nossa Senhora da Conceição, passasse a denominar-se Colégio Estadual Professor Edmundo Dourado da Silveira, em homenagem ao educador que tanta contribuição deu para o desenvolvimento cultural desta terra. A justificativa é que na cidade já existe um espaço cultural que leva o nome do escritor itajuipense.
A ideia seria a realização, no auditório da Faculdade UNIFTC, na manhã desta quinta-feira – data do seu falecimento – de um ato solene em sua homenagem, realizado conjuntamente pelas entidades as quais ele participou e a concretização da proposta de mudança do nome do colégio.
Os dirigentes da Ong itabunense comunicou o fato aos membros do Terço dos Homens, do Rotary Club, da Maçonaria, da ACI, da CDL e da Uesc. Também a vereadores e servidores da Câmara e a um número significativo de ex-alunos seus. Entretanto, lamentavelmente, não teve a devida resposta.
Edmundo Dourado deixou uma legião de amigos e viúva, D. Maria Lucia, e os filhos Mariângela, Flávia, Cláudia e Paulo Roberto-Beto Dourado, também professor e ex-vereador em Itabuna. Também, quatro netos: Pryscilla, Neto, Letícia, Felipe e Pedro Ricardo, e três bisnetos: João Pedro, Beatriz e Alice.
Às vésperas do primeiro ano de sua morte, este seu ex-aluno da disciplina Lógica no curso de Filosofia da Uesc – que no início de sua carreira como repórter, fazendo cobertura jornalística na Câmara de Vereadores, tantos conselhos recebeu do “velho educador” – não poderia nem deveria deixar de lembrar o seu legado. Dos ensinamentos e das dicas de livros; da sua preocupação com o semelhante e o social, e das parcerias com a Acari. Das falas duras e dos gestos doces de “Dodô” – carinhosamente apelidado pela sua única filha e pela meninada do inesquecível Colégio Sistema.
Itabuna, um ano sem Edmundo Dourado; uma singela homenagem e o eterno reconhecimento!