Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Uruçuca, o cacauicultor Águido Muniz fez um ato inconsequente e uma provocação desnecessária na última segunda-feira, dia 20, em Brasília, durante audiência com Jair Bolsonaro: ao posar ao lado do presidente da República e do prefeito Moacyr Leite, exibiu a capa de “O Nó: Ato Humano deliberado”. O documentário de autoria do historiador Dílson Araújo, retrata de forma clara e direta, por meio de depoimentos, a introdução e disseminação do fungo da vassoura de bruxa no sul da Bahia, em maio de 1989.
Inconsequente, porque a audiência conseguida pelo ministro Augusto Nardes, do TCU-Tribunal de Contas da União, a pedido do cacauicultor João Rocha-Mamão, teve o objetivo de buscar alternativas para a crise econômica sulbaiana, com ênfase para o endividamento dos agricultores regionais.
Desnecessária, porque a questão da vassoura de bruxa não está afeta à Bolsonaro. É um crime que foi investigado pela Polícia Federal e julgado pela Justiça Federal.
Águido Muniz, assim como qualquer cacauicultor ou cidadão, tem todo o direito de protestar ou mostrar e demonstrar a sua indignação como um ato que considera injusto ou criminoso.
O problema é que o momento e o local foram inoportunos para o 'protesto'. A audiência idealizada e conseguida por João Mamão teve um grande propósito, um objetivo positivo: voltar às atenções do Governo Federal para a grave e eterna crise vivida pelos produtores de cacau da Bahia.
Águido Muniz, na condição de liderança ruralista e secretário de município de tradição agrícola como Uruçuca, perdeu uma grande oportunidade de - no dia em a Ceplac completou 65 anos - frente a frente com o presidente da República, fazer um diagnóstico da situação socioeconômica do sul da Bahia e apresentar ao Governo Federal um grande projeto de desenvolvimento regional.