O Cachoeira – grande penico itabunense – assiste a mais um capítulo da novela “A volta das baronesas”. O outrora caudaloso rio, hoje é um ambiente favorável à sua reprodução, num ciclo já familiar à população.
Como nos anos anteriores, as baronesas estão há quase dois meses ocupando grande parte do poluído leito do rio Cachoeira, principalmente no centro de Itabuna.
Baronesa é uma planta aquática que se multiplica em ambientes poluídos, filtra a água e absorve a sujeira.
Com a água do rio represada, as baronesas secam e morrem, e a sujeira que absorveu permanece no seu leito. Apodrecidas, geram mau cheiro e poluem a água, que represada atraem mosquitos, inclusive o Aedes aegypti, causador da dengue, chinkungunya e zika.
E todos os anos, há três décadas, baronesas, dengue, chinkungunya e zika são objetos de discussões infrutíferas e de tema de teses de acadêmicos, de análises de burocratas, palpiteiros e porretas em geral. Todos, natural e discretamente, defecando no velho Cachoeira e admirando a sua paisagem.
Deus fez do Cachoeira um belo rio, obra-prima da natureza; o itabunense – seja cidadão-contribuinte, sonegador de imposto ou autoridade incompetente - o transformou num imenso cocô-primo.